terça-feira, 20 de abril de 2010

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO DE PESSOAS


A administração moderna sempre esbarra em dificuldades sediadas no âmbito das relações interpessoais, isto tem se evidenciado no esforço exercido por todos que fazem a empresa, em encontrar caminhos adequados para que os estudos de viabilidade desenvolvidos por todas as áreas das organizações sejam seguidos por todos que fazem parte do corpo da organização.

É claro que o estabelecimento de objetivos e metas para a organização segue uma direção verticalizada através da qual se determina a “missão”, “visão” e “valores” das organizações e a partir desse enfoque se baliza a direção dos objetivos e metas organizacionais.

Para que a “Missão” a “Visão e os “Valores” possam ser plenamente compreendidos pelos colaboradores e em conseqüência disso serem adequadamente respeitados, a coerência entre o discurso e a ação de toda a Diretoria deve ser um padrão de conduta.

Estabelecer a “Missão” de uma organização é tarefa árdua porque visa identificar a direção que as atividades da empresa deverão seguir. Missão corresponde a determinação de critérios e padrões que identificam o envolvimento e compromissos da organização para com todo ambiente social no que diz respeito a suas contribuições para o desenvolvimento global.

Estabelecer a “Visão” de uma organização também é trabalhoso visto que deve determinar com clareza as perspectivas de desempenho da empresa e que princípios filosóficos estarão implícitos no contexto organizacional. Em suma, Visão se refere às bases que norteiam as ações da organização, isto é, que referencias e princípios são validados pelo comportamento da organização.

Estabelecer os “Valores” de uma organização depende explicitamente da identificação de um código de ética que permeia todas as ações desenvolvidas pela empresa. Valores, como o próprio nome diz, se refere aos principios éticos que são contemplados nas ações da organização.

Os critérios que deverão ser seguidos para esse desenvolvimento são amplamente estudados em textos acadêmicos e profissionais de grande valia e estão altamente desenvolvidos a ponto de facilitar o processo nas organizações.

A partir da definição desses três aspectos é que poderemos então estabelecer um planejamento estratégico eficaz, agora é que a coisa pega fogo.

Uma vez definido o plano estratégico, quem já fez sabe, a grande dificuldade é fazer com que todos os esforços dos membros da organização estejam convergindo harmoniosamente para a consecução dos objetivos estabelecidos no planejamento.


Aqui começo a justificar o título deste artigo, quem fará ou não o sucesso do planejamento estratégico serão as pessoas que compõe a organização.

Em virtude dessa dificuldade, que é maior quanto maior for a empresa, precisaremos adotar alguma estratégia que permita o direcionamento das ações de todos os colaboradores para os objetivos estabelecidos.

Simplesmente definir metas de vendas não é suficiente, estabelecer metas de atendimento a clientes, ainda é pouco, determinar metas de produção e qualidade é extremamente importante, mas convencer as pessoas de que tudo é feito de forma a atingir o sucesso de todos é uma das batalhas mais inglórias travadas pelas organizações. O comprometimento dos colaboradores com o planejamento estratégico é que fará com que todos os esforços sejam direcionados para os objetivos e metas e esse comprometimento é uma das tarefas mais difíceis para os gestores.

Em função dessas dificuldades venho tentar sugerir um caminho que permita enquadrar os objetivos pessoais aos objetivos organizacionais de forma convergente e eficaz.

É importante lembrar que nas modernas práticas administrativas já é possível perceber uma mudança significativa de um paradigma historicamente respeitado e que atualmente tem caído por terra. No inicio da produção industrial se identificava um conceito que dificultava a harmonia das relações de trabalho que era o entendimento de que os objetivos organizacionais estavam em oposição aos objetivos pessoais. Considerava-se que o Empresário tinha como objetivo principal do seu negócio “produzir cada vez mais e pagar cada vez menos” e os trabalhadores tinham como objetivo “ganhar cada vez mais e trabalhar cada vez menos”.

Este paradigma tem sido suplantado na medida em que compreendemos que se ele fosse válido, estaríamos considerando que o “ser humano”, naturalmente, tinha como objetivo “ficar parado” ou seja o “homem é um vagabundo e só trabalha se for obrigado”.

Com o desenvolvimento das ciências sociais temos constatado que o ser humano não é “vagabundo” por natureza, mas, pelo contrário, tem necessidade vital de participar do processo de desenvolvimento e essa participação permite a formação de sua identidade e isso deixa sua marca no mundo.

Uma das grandes dificuldades para os gestores de pessoas encontra-se na retenção de talentos pela empresa, este um dos temas mais repetidos nos simpósios e congressos de RH e aqui mais uma vez confirmamos a quebra do paradigma, pois é na identificação e captação de talentos particulares que estará o diferencial de cada organização.

 
É na possibilidade de fazer com que os talentos pessoais estejam a serviço dos projetos organizacionais, que reside o sucesso ou fracasso do planejamento estratégico, mas para isso os gestores precisam lidar com cada vez menos preconceitos e abrirem os horizontes para que colaboradores comprometidos com o processo organizacional possam sugerir novas estratégias e assim serem reconhecidos pelo desempenho.

Reconhecimento dos talentos é a base para relações interpessoais harmônicas, lembre que o elogio sempre produz um comprometimento maior e a crítica sempre leva a autodefesa.

Esses talentos individuais são explicitados no contexto das ações organizacionais e uma das áreas onde podemos confirmar claramente esse paradigma é no âmbito do exercício da liderança.

Não vamos aqui defender nenhuma corrente filosófica de liderança ideal, mas seja qual for a compreensão que se dê à liderança, seu exercício estará sempre confirmando o envolvimento do colaborador. Todos nós temos algum “momento” de liderança no transcorrer de nossas vidas.

Liderança é uma área amplamente estudada nas escolas de Administração, Psicologia, Sociologia, Antropologia, enfim nas escolas das áreas humanas e são infinitas teorias que enfocam a liderança de pessoas no contexto das relações de pessoal.

O caminho que permite, de acordo com o meu ponto de vista, ir à busca dos objetivos e metas das organizações está cravado no perfil de liderança exercido dentro das organizações.

Não estou afirmando que deveremos ter um “modelo” absoluto de liderança, mas independente do modelo de liderança adotado, existem lideranças “naturais” que atuam no contexto das organizações e identificar essas lideranças positivamente ajuda e conectar os objetivos e metas a grandes redes de comunicação entre a organização e seus colaboradores.

Comportamento Organizacional é outra área amplamente estudada pelas mesmas escolas e a identificação dos comportamentos que permeiam as ações tanto internas como externas à organização possibilita uma visão mais clara dos resultados operacionais e quais as influencias do comportamento humano nesses resultados, quer dizer, podemos identificar melhor as questões envolvidas nas dificuldades operacionais da organização.

O estudo do comportamento organizacional oferece diversos instrumentos bastante eficazes para compreensão dos resultados e permite o estabelecimento de planos de ação mais coerentes com os objetivos da organização e ainda nos permite vislumbrar os mecanismos mantenedores dos descaminhos da organização.

Motivação é outra área estudada por muitos teóricos. Sabemos que “ninguém motiva ninguém” cada um se motiva por si só, quer dizer motivação é um processo intrapsíquico cujo acesso depende única e exclusivamente do individuo sendo, contudo um processo muitas vezes inconsciente e que depende da disposição e disponibilidade do individuo para acessar seus mecanismos.

Identificar os mecanismos motivadores dos colaboradores oferece melhores condições para que suas ações, dos indivíduos, sejam direcionadas e convergentes com os objetivos da organização.

A compreensão e extinção dos mecanismos demagógicos dos administradores também oferece boas condições para a adequação dos objetivos da organização e dos indivíduos.

Em resumo, estamos simplesmente dizendo que antes de estabelecermos um planejamento estratégico para toda a organização, é preciso que compreendamos com clareza: 
 
Identificação do (s): 
Estilo de liderança atuante na organização;
Elementos desestabilizadores presentes no comportamento organizacional e
Mecanismos de motivação presentes no comportamento dos indivíduos

para que se consiga

ADEQUAÇÃO DESSAS VARIÁVEIS À MISSÃO, VISÃO E VALORES DA ORGANIZAÇÃO;

COMPROMETIMENTO EFETIVO COM AS AÇÕES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


Uma análise minuciosa da integração dessas três variáveis permite estabelecer, previamente, as condições mais favoráveis para que todos na organização estejam comprometidos com o projeto organizacional e a partir daí sim, poderemos desenvolver o planejamento estratégico e estabelecer objetivos e metas tanto para a organização como um todo como para suas diversas células componentes.
 

Texto escrito por:
Rubens de Mello
Psicólogo  - CRP 02/2779
Recife, Janeiro/2010
 

terça-feira, 23 de março de 2010

DIALOGO MÁGIDO

Quando solicitamos ajuda, recebemos um conselho muito importante:  


"TENTE O DIALOGO!!!"

isto já se tornou uma espécie de moda, os apelos nos cartazes publicitários,  nas palestras, na imprensa escrita, falada e na midia em geral convocando e até encorajando as pessoas a buscar o diálogo.  

Mas o que acontece? - Nunca se falou tanto em diálogo como agora e nunca se viu tanto "mal-entendido".

Algumas pessoas até desistem, alegando que já tentaram de tudo e é sempre a mesma coisa - DESGASTE - e eu me pergunto:

-Como é que estamos utilizando esse tal "diálogo"?

O que percebo é que nós utilizamos um diálogo viciado. Sabe por que?

Porque eu falo das "coisas" do outro, as culpas que o outro tem pelo que tem acontecido comigo e isso provoca, no outro, logicamente, um estado de prontidão e defesa que tenta se proteger das possíveis agressões que está sofrendo.

Esse comportamento produz um resultado: "JOGO DE PERDE OU GANHA".

Nas relações interpessoais não há vantagem em ganhar o jogo, afinal simplesmente identificar o "culpado" pelos meus sentimentos não alivia em nada e a conclusão a que podemos chegar é simplesmente um jogo de "PERDE - PERDE", todos saem perdendo e o diálogo não flui e nem contribui para a construção de uma relação mais harmônica. 
Veja o exemplo:
"Voce não me respeita porque fez isto... aquilo...etc"
"Voce me rejeitou naquele dia... voce... voce... "

A resposta do outro é sempre uma defesa:

"Foi voce que...foi voce que..." 
enfim, um aponta pro outro o tempo todo, estabelecendo-se o "pingue-pongue" interminável que chamamos de JOGO DO SEM-FIM.
As pessoas envolvidas saem do diálogo como se saissem de uma guerra.
(Tente lembrar do seu último diálogo com alguem quando tentava resolver um conflito)

Achamos que os grandes promotores dos eternos "diálogos" , vide "reunião de família", "jogo da verdade", ainda não perceberam essa dinâmica e continuam a insistir. Em contra-partida as pessoas se fecham cada vez mais e se distanciam umas das outras rompendo relações promissoras.

O que estamos propondo é que modifiquemos esse formato, vamos transformar o "diálogo viciado" em um "diálogo mágico".

De que forma? - Seguindo o mesmo exemplo:

Em vez de: “Você me desrespeitou naquele dia...”.
Experimente: “Me sinto desrespeitado (a) quando...”.

Em vez de: “Você me rejeitou naquele dia...”.
Experimente: Me sinto rejeitado (a) quando...

Desta forma, você não acusa ninguém, não aponta pra ninguém, só fala como está se sentindo quando está se relacionando com o outro.O que a ação do outro tem provocado em voce.Isso não quer dizer que o outro teve a "intenção" de ferir voce, afinal de bem intencionados o inferno está cheio.
Quando você trilha por esse caminho, abre espaço para que o outro possa repensar na "forma" como agiu e assim compreender melhor a dinamica afetiva que está envolvida nessa relação.
O outro terá a oportunidade de rever sua postura. “Puxa, eu não imaginava que poderia te causar tanto incomodo”.

Esse “Diálogo Mágico” que estamos propondo, é nada mais que uma oportunidade que cada um tem de se mostrar sem se sentir ameaçado e não precisar se armar tanto.

Então, vamos tentar??? Tenhamos coragem de chegar próximo das pessoas que nos são importantes e lhes mostrar como nos sentimos diante delas em qualquer situação.

LEMBRE-SE: Não confunda: “Se entregar por inteiro ao outro” - Com: “Ficar a mercê do outro, sem proteção e ameaçado”.
                       

quarta-feira, 17 de março de 2010

PROFECIA – O Diagnóstico do Desempenho Social

A palavra “PROFECIA” de acordo com Caldas Aulete, tem o significado de “predição do futuro por inspiração divina ou por alguma causa oculta ou inexplicável; vaticínio, prognóstico”. Se considerarmos o significado semântico do termo, teremos que obviamente descartá-lo, visto que, cientificamente, não teríamos nenhuma alternativa para sua aplicação em qualquer tentativa de explicar e compreender o desempenho social.

Contudo, a realidade social exige que tenhamos pelo menos alguma indicação que nos permita compreender o desenvolvimento dos fenômenos sociais e para tanto, lançamos mão do termo, simplesmente para dar uma noção compreensiva das conseqüências a que somos submetidos no convívio social.

Depois de tantos anos de prática clínica e após analisar profundamente nossas histórias pessoais, fui refletindo cuidadosamente e encontrando algumas correlações entre as ‘PROFECIAS’ familiares e o desempenho dos envolvidos, o que indica marcas significativas no comportamento das pessoas.

Quero deixar bastante claro que não se trata aqui de uma tese científica, mas sim uma hipótese especulativa no sentido de se poder utilizar o conhecimento popular como recurso para compreensão das influências exercidas pelas figuras de poder em nossas relações.

Muitas vezes recorremos a várias formas de profecias, Nostradamus, Antigo Testamento, etc e não percebemos com clareza que professar é “afirmar coisas a respeito do futuro de alguém” e nisso as mães, pais e adultos tem grande eloqüência.

Vamos fazer um convite a todos, vamos viajar dentro da nossa própria história pessoal, ao nosso tempo de criança, até onde nossa lembrança nos permita e vamos pela via da emoção, resgatar as frases que ouvimos e que não sabemos bem porque permanecem até os dias de hoje dentro da gente e fazendo um eco enorme sobre o nosso comportamento.

Para facilitar a viagem, vou tentar citar algumas “profecias” bem comuns que podem indicar algum caminho.

Essa (e) menina (o) é muito exibida (o) e ainda vai dar muito trabalho...”.

Essa (e) menina (o) é muita danada (o), vai ser fogo agüenta-la (o)...“.

Essa (e) menina (o) é muito inteligente e vai se dar bem...“.

Essa (e) menina (o) é muito brava (o) e vai apanhar muito na vida...“.


Como se pode observar, estou chamando de “profecia”, aquelas frases que são ditas “ao acaso”, mas que indicam a dimensão das expectativas que se tem sobre quem se fala.

Essas “profecias” também contribuem para delimitar nossa auto-estima e num dado momento de nossa vida, constatamos que estamos cumprindo exatamente tudo o que nos foi vaticinado.

É muito importante que fiquemos atentos ao que nos foi dito, não em situações especiais, mas sim nas situações mais corriqueiras e cotidianas de nossa vida.

A viagem por esse universo, permite que compreendamos com maior clareza nossa trajetória na vida e por vezes nos ajuda a compreender e resolver conflitos repetitivos que insistem em nos atormentar.

Como já dizia Freud: - “... parece que a tarefa da Psicologia e de todas as minhas descobertas científicas é revelar o óbvio...”. Freud não estava brincando, ele falava das descobertas sobre o comportamento humano que estão repletas de expectativas sobre nosso comportamento. Em termos científicos ele falava das repetições compulsivas inconscientes.

Se olharmos com carinho e sem preconceito as profecias que foram feitas a nosso respeito, certamente poderemos compreender nossa trajetória e com alguma ajuda poderemos remodelar o caminho e assumir as “rédeas” do comando da nossa história.

Perceba que, tanto as profecias positivas como as negativas produzem um efeito sobre o comportamento.

Decifrar nossas profecias não é tarefa fácil, mas com ajuda nós podemos eliminar aquelas que tem atrapalhado nossa vida e substituí-las por “projetos de vida” elaborados por nós mesmos e que, com toda segurança, nos ajudará a dirigir o “o bonde da nossa história”.


Elaborado por: Madalena M. C. de Mello
                              Psicóloga CRP 02/3056

segunda-feira, 8 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Mais um momento de comemoração que celebramos juntos e que, com certeza, podemos dividir.

As conquistas femininas tem sido tão significativas que merecem mesmo um dia especial, um momento de reflexão e ainda uma homenagem.

São tantas mulheres especiais que seria uma corvardia tentar citar somente algumas, então, dedico estas palavras a todas as mulheres do planeta.

São Musas inspiradoras, (vide Todas Elas num só ser - Lenine) são guerreiras, (vide mulheres de Atenas - Chico) são deliciosas (vide Garota de Ipanema - Vinicius).

O mais importante de tudo isso é saber que o machismo, por mais arrogante que possa parecer, é fruto de uma educação realizada pelas mulheres.

O machismo é fruto de uma insegurança brutal que joga o homem em compromissos que não tem como cumprir.

O homem foi preparado para "ser forte", "não chorar", "saber o que quer", enfim uma infinidade de responsabilidades que não pode nem de longe fazer frente.

É diante dessa tremenda contradição que homenageio as mulheres, mesmo porque com a "liberação" da mulher, os homens podem ser mais autenticos, podem ser o que realmente são e isso inclui descobrir o que realmente são.

Essa oportunidade de descobrir quem são os homens encaminha o futuro para uma relação mais igualitária, mais cooperativa, mais plenamente humana.

Chega de semideuses, chega de superherois, chega de superpoderes, somos humanos, falhos, imperfeitos e isso nos torna iguais.

Isso nos faz descobrir relações mais proximas, mais verdadeiras, mais francas, são homens e mulheres juntos na tarefa de descobrir a vida em todas as suas possibilidades.

Porisso tudo comemoro o "DIA INTERNACIONAL DA MULHER como um dia de reintegração de posse de nossos reais talentos.

Que bom ser igual, que bom poder compartilhar, que bom poder amar e ser amado.

Mulher voce tem aquilo que me complementa como ser humano e eu tenho aquilo que te complementa.

PARABENS A TODAS AS MULHERES !!!!
PARABENS A TODOS OS HOMENS !!!!!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

FAMILIA - E ASSIM COMEÇA A HISTÓRIA

São tantas coisas a dizer que às vezes fico sem palavras, enfim, é o maior barato saber que as pessoas curtem uma comunicação como esta.

Eu também estou curtindo muito fazer parte da modernidade, me atrevendo a me inscrever nessa viagem alucinatória de participar "virtualmente" da vida das pessoas.

É talvez por isso mesmo que começo novamente a escrever pra todos.

Sempre vocês vão me ler falando de conflitos afetivos, comportamento humano, etc... como se eu soubesse muito a respeito, sou psicólogo e deveria mesmo saber, mas sou só um livre pensador que tem alguma formação e se mete a falar da vida.

Por falar em conflitos que tal começarmos por onde começam as coisas, "A FAMILIA".

É nela que começamos a retomar nossa história, note que estaremos "retomando" a nossa história, penso que a família é somente uma oportunidade de retomarmos nossa história que não faço a mínima idéia de onde começou.

Então, olhamos pai e mãe e já começamos a identificar as expectativas que todos em volta já tem a nosso respeito.

Lembro quando meu filho nasceu e no quarto ao lado também havia nascido mais um "corintiano" e o pai havia colocado na porta do quarto:

OI, CHEGUEI, JÁ SOU: FILHO, SOBRINHO, NETO, IRMÃO, PACIENTE, VIZINHO, PRIMO, E MUITOS OUTROS PAPEIS... UFA!!! QUANTAS COISAS JÁ SOU COM APENAS UM DIA DE VIDA!!!
E parece que é tudo desse jeito mesmo, mal chegamos à família e as expectativas já nos são atribuídas e com certeza esperam que realizemos o máximo de cada uma.

Caminhamos pela vida tentando ser o que "eles" acham que devemos ser, argh!!! que barra ter que cumprir tantas tarefas sem ao menos ser informado dos objetivos.

É claro que essas expectativas sempre vem cobertas de "esperança" de que sejamos felizes, todos querem o melhor pra nós e como ainda não podemos fazer escolhas, vamos tentando sobreviver da melhor forma possível e assim conseguir sermos amados.

Fico sempre me perguntando se o melhor é atender essas expectativas implícitas, sim implícitas, porque nunca são claramente expressas, ou seria melhor eu construir e trilhar o meu próprio caminho?

É sempre bom lembrar que o ser humano é o animal que nasce mais despreparado para a vida.
Para Lacan, o recém-nascido surge como um ser extremamente frágil. O ser humano é o ser que nasce mais despreparado para enfrentar, sozinho, as dificuldades impostas pela sobrevivência, pois existe uma restrição e insuficiência de seus recursos. Essa condição de prematuridade e desamparo impõe a presença de uma figura que garanta a sobrevivência do bebê. A mãe é, na maioria das vezes, o agente de cuidados, transmitindo também a cultura (Lacan, 1938)..

E esse despreparo nos coloca em uma situação de risco extremo, dependemos dos outros para sobreviver. Se deixarmos um recém nascido sozinho ele morrerá de fome porque não tem como se locomover para buscar sua própria sobrevivência.

Mas temos o recurso do inconsciente que, sem dúvida, é o sistema imunológico de todo nosso psiquismo e ele construirá todas as defesas para nos manter vivos e saudáveis.

Contudo para o inconsciente, "estar vivo" não significa felicidade, amor, harmonia; significa simplesmente equilíbrio das funções cerebrais e cardíacas e isso nos coloca em outra sinuca, onde estarão nossos sentimentos e emoções.

Durante toda nossa vida ficamos procurando aquilo que possa nos tornar felizes, e não temos a menor idéia do que significa essa tal "felicidade".

Ai então começamos a vivenciar os conflitos, as diferenças, as tribulações, os problemas.

Não conseguimos viver sozinhos, mas também não suportamos a convivência.
Não queremos só dinheiro, mas queremos dinheiro e felicidade.
Não queremos ninguém mandando na gente, mas queremos saber o que os outros querem de nós.

São tantos os conflitos que acabamos por desenvolver quadros psicológicos que cheiram a tragédia.

Parece que não temos saída! E não temos mesmo, o importante não é a "saída", mas sim a "entrada", não são as respostas que nos orientarão, são as perguntas.

Duvidar de nossos princípios é tarefa difícil, mas imprescindível para nosso próprio crescimento.

Reconstruir valores parece o caminho da lucidez e da sincronia com o ambiente.

Olhar para o futuro como se fosse hoje, afinal o "passado" já era, o "futuro" a Deus pertence e o que nos parece mais importante é o dia de hoje que de tão especial recebeu o nome de "PRESENTE".

Que tal pensar nisso, que tal dar tua opinião, que tal caminhar comigo nessa viagem.

Venha! Pense! Sinta! Descubra! e compartilhe comigo, quero você nessa viagem.

Abraços a todos e espero suas contribuições.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA

Faço aqui um convite para que cada um volte os olhos para dentro de si mesmo. Para isso precisamos recorrer a humildade e paciência e tentar relembrar como passamos a nossa puberdade e adolescência.

Há pessoas que arriscam dizer de uma forma irônica que nem se lembram e até acham que nunca viveu essa fase, “foi tudo normal”, não deram tanto trabalho aos seus pais. Só quando há alguma insistência no relembrar, notamos que vem à tona fatos bem isolados que insistimos e até achamos graça, mas se vamos olhar bem de perto, veremos que eles chegam à nossa memória, e ao nosso coração, ainda muito carregados de uma gama de intensos sentimentos.

Como adultos, bem ou mal resolvidos, teremos que admitir que passamos por experiências muito semelhantes aos nossos púberes/adolescentes.

Até os 10 anos mais ou menos, pode variar de acordo com o ritmo de desenvolvimento, a criança acompanha os pais a todos os lugares, de forma radiante. Nesta etapa, os pais são verdadeiros heróis e tudo que passam para os filhos, se torna lei que as crianças transmitem nas rodas de conversa. Isto pode ser constatado nos intervalos de recreio e em sala de aula, quando discutem pontos de vista, que vem carregados de “meu pai disse; minha mãe falou...”, sempre com os olhos bem abertos e brilhantes.

Com o passar do tempo, lá pelos 11 ou 12 anos, podemos observar que os púberes começam a reclamar quando são solicitados para acompanhar os pais a algum lugar. Não concordam mais com as roupas que a mãe escolheu, e aos poucos vão se irritando com maior facilidade quando opinamos sobre suas atitudes.

Nesse período o púbere apresenta uma mudança de humor acentuada e repentina, choro sem muito fundamento nas meninas e o nível de tolerância chega a zero, provocando à sua volta um clima tenso e agressivo.

A puberdade é o início da adolescência e fica caracterizada como um eterno “contrapor-se” aos pais, que passam tentar justificar esse comportamento, atribuindo culpa a situações que podem estar influenciando seus filhos.

Tudo isso é muito novo para todos, “Onde está aquele (a) garotinho (a) que não ironizava minhas palavras, que ia bem na escola e que tinha muito orgulho dos pais?”.

O que está acontecendo pais, é que ele está crescendo, e crescer dói, é confuso e muito rápido.

Até aqui nosso filho estava vivenciando muito bem a relação de “túnel”, isto é, “filho e mãe” , “filho e pai”, agora, coma chegada da puberdade, ele começa a desenvolver a relação “triangular”.

A triangulação passa a ser: “FILHO PAIS AMIGO”, agora é hora do púbere vislumbrar o grupo, comparando sua bagagem pessoal/familiar com uma gama extremamente diversificada de bagagens dos novos elementos do grupo. Nessa ocasião, terá que se esforçar para se sentir aceito e confirmado e essa confirmação depende principalmente do grupo social.

É este clima de contraposição, irritação, agressão e auto-afirmação que vai leva-lo a construir sua identidade e para que isto ocorra, é necessário colocar à prova tudo o que recebeu de seus pais.

Os pais são os primeiros a se ressentir com tais mudanças, pois passam muito tempo sendo pais de crianças (cerca de 10 anos) e de repente o clima familiar começa a mudar e a harmonia de antes parece ameaçada.

Procuremos entender o processo. Até a 4ª série, a estratégia educacional é infantilizada, isto é, os alunos são tratados como se fossem menores do que realmente são, as “tias”, os vasos sanitários pequenos, as carteiras escolares pequenas, enfim tudo miniaturizado para “atender as crianças” e tudo isso acaba quando se chega à 5ª série.

No primeiro grau menor as relações são bem mais próximas e isto confere certo grau de segurança tanto aos pais como aos filhos, mas também estabelece um padrão de comunicação que privilegia as relações em “túnel”, isto é pessoa a pessoa.

Para completar, o seu grupo sofreu algumas perdas, alunos (amiguinhos) que mudaram de escola, ganhou novos companheiros e agora é obrigado a se acostumar a chamar a “tia” de professor, que já não é mais um só, mas um professor por matéria.

Sua capacidade de organização é amplamente posta à prova, pois deverá controlar calendários e agendas de trabalhos e provas sem os lembretes cotidianos dos professores.

Seu universo social tem agora grandes inovações e suas condições biológicas transformam-se a olhos vistos, são os hormônios produzindo as mudanças em seu corpo. É o que se costuma chamar de “SÍNDROME DA 5ª SÉRIE”, quando as mudanças, físicas, biológicas, sociais e psíquicas, ocorrem em todas as áreas da vida do púbere e o obrigam da digerir e administrar em tempo recorde.

É nesta fase que a família precisa utilizar toda a compreensão e amor para fazer frente às possíveis ameaças que podem abalar as estruturas, pois estão sendo desenvolvidos os primeiros papeis sociais de seus filhos. A chegada da adolescência se caracteriza pela ampliação das relações triangulares para a circularização (pertencendo a diferentes grupos de relações sociais).

A turbulência de comportamento dessa fase tende a acentuar-se até aproximadamente os 17 anos. O adolescente entende de tudo, sabe o que quer, e o grupo a que pertence é o máximo da referência. Procura se comportar de forma irreverente e choca tentando vencer os limites dos adultos. Caminha na busca de novos conceitos para velhas temáticas, fazendo um balanço constante entre o que recebeu (família) e as novas descobertas patrocinadas pelo grupo.

AFETOS-CONFLITOS-PSICOTERAPIA

Amigos, estou abrindo hoje minha inserção no mundo dos blogs.

Espero muitos acessose muitas colaborações de todos.

Opiniões, críticas e contribuições serão muito benvindas

Minha intenção ao entrar nesse mundo cibernético é poder fazer uso de uma ferramenta nova, pra mim, que pode vir a contribuir para ajudar as pessoas e a mim mesmo na busca incessante da harmonia e da boa convivência.

Aguardo voces todos..

Rubens